terça-feira, 10 de novembro de 2009

Musicoterapia

Vida é música e vice-versa

Por Letícia Amorim

Há alguns anos, busco expandir o meu ser na música. Encontrei nela o refúgio para as aflições diárias, frustrações, estresses familiares, problemas rotineiros e demais eventualidades que poderiam afligir a minha vida. Segui assim durante muitos anos: uma musicista solitária que tinha a minha válvula de escape neste hobby (por algum tempo foi profissão).

Sempre acreditei no poder de transformação da música. Em um belo dia recebi um e-mail de uma grande amiga que trazia uma reportagem sobre musicoterapia. Após ler atenciosamente tudo aquilo, resolvi procurar mais informações sobre o tema. Visitei muitos sites, descobri muitas coisas, conversei sobre o tema com profissionais e percebi o poder que a música pode ter dentro de um tratamento terapêutico sério. Por este motivo resolvi escrever sobre musicoterapia. É bom lembrar que sou musicista e não musicoterapeuta. Nutro uma imensa paixão pela musicoterapia. Ela é uma mistura de admiração e curiosidade infinita que se traduz na busca pela divulgação desta ciência que poucos conhecem, exploram e utilizam.

Vamos às informações inicias:

O que é musicoterapia?

Segundo a Federação Mundial de Musicoterapia (World Federation of Music Therapy), musicoterapia é a utilização da música e seus elementos musicais (som, ritmo, melodia e harmonia) pelo musicoterapeuta e pelo cliente ou grupo. O seu processo é estruturado para facilitar e promover a comunicação, o relacionamento, a aprendizagem, a mobilização, a expressão e a organização (física, emocional, mental, cognitiva e social). O seu objetivo também é desenvolver ou recuperar funções e potenciais do indivíduo para que ele, dessa forma, possa conquistar com facilidade uma melhor integração intra e interpessoal e, como resultado de um processo, uma melhor qualidade de vida.

Aplicação

A utilização da música para facilitar a integração física, psicológica e emocional e o tratamento de algumas doenças ou deficiências pode ser dirigida a todos os grupos etários. Isso proporciona uma característica de universalidade e de amplitude à musicoterapia. Além de abranger seres humanos de qualquer idade, ela tem o poder de englobar povos, raças, etnias, culturas, sexos e épocas. Isso acontece porque a música atravessa mundos, aproxima culturas, povos, raças e tempos. Ela tem um caráter igualitário, homogêneo, fala qualquer língua e pode ser sentida por qualquer um. A sua qualidade de ser não-verbal oferece muitas possibilidades de expressões.

Essa forma de utilização da música e seus elementos pode ser aplicada para todos aqueles que buscam um maior autoconhecimento e autocontrole; no combate ao estresse em gestantes, crianças, adolescentes e terceira idade; em crianças e adolescentes no tratamento de distúrbios de conduta na infância e na adolescência; em empresas na área de recursos humanos; áreas social, institucional e educacional; em idosos na geriatria e gerontologia; na área da saúde mental, auxiliando no tratamento do autismo, psicoses, esquizofrenia, neurose, fobias, síndrome do pânico, depressão, dentre outros; na área médica em geral, para casos de deficiências mentais, físicas, sensoriais e múltiplas, dependência química, distúrbios neurológicos, pacientes em coma, retardo neuropsicomotor, síndromes com comprometimento do desenvolvimento.

Musicoterapia como processo terapêutico

A musicoterapia traz uma abordagem criativa para o trabalho terapêutico. Isso viabiliza uma abordagem humanista que reconhece e desenvolve recursos internalizados, em geral reprimidos pelo cliente. A idéia é fazer com que o cliente adquira uma maior autoconsciência em lato sensu.

O musicoterapeuta, ao avaliar as necessidades do cliente, desenvolve a abordagem e o programa terapêutico. Após essa ação, ele seleciona as atividades específicas para alcançar os objetivos do tratamento. É preciso deixar claro aqui que a música não é um curativo eficaz em si mesmo. Os seus efeitos terapêuticos são resultantes da aplicação profissional durante todo um processo terapêutico especificamente estudado e aplicado a cada caso concreto que é bastante satisfatório.

Principais objetivos da musicoterapia

A musicoterapia tem como objetivos principais promover uma livre expressão sonora (vocal, corporal e instrumental); propiciar uma melhoria na comunicação; viabilizar a integração grupal; estabelecer limites; desenvolver a percepção pessoal, interpessoal, espaço-temporal, sonora, corporal, ambiental e sensorial; facilitar a socialização; desenvolver e auxiliar a coordenação rítmica e motora; auxiliar a memória, atenção, concentração, criatividade, improvisação, respiração, relaxamento; e no combate ao estresse e a depressão.

Um comentário:

  1. Adorei ! Acredito 100% nessa forma deliciosa de tratamento!E gostei muito de ficar um pouco mais por dentro!

    ResponderExcluir