terça-feira, 24 de novembro de 2009

A verdade é que só a música faz

Por Odete Marques e Letícia Amorim
Fotos de Felipe Hellmeister

Olivia traz consigo a transparência de ser e fazer música traduzindo a sua verdade. Por isso é tão eclética e profunda. O fascínio de ser e mostrar o quem é, sem dúvida, é uma das características desta mulher, produtora, técnica de áudio, musicista e cantora que encanta e desperta os sentidos com sua voz suave e marcante, ritmos contagiantes, misturas bem feitas e a sua sinceridade cativante.
O cd “Só a música faz” é o terceiro CD autoral
de Olívia mas o sexto da sua discografia, confirmando a expectativa de que alguns artistas conseguem manter-se vivos e fazer música de boa qualidade, sem se render aos modismos e sucessos fabricados. Só a música faz é a artista em seu compromisso firmado com sua própria estética musical e nos traz neste belo registro compositores pouco conhecidos do grande público como: Ligia Kas, José Luiz Marmou, Monalisa Lins e a própria cantora, que abriu mão de regravar compositores consagrados da nossa música.

Produzido e arranjado pela artista, com linguagem moderna, marcado pela mistura de estilos e tendências, seu novo trabalho apresenta uma sonoridade tão singular quanto sua voz. Em Só a música faz Olivia caminha por baladas, folk e rock, passeando também por ritmos brasileiros.

Para melhor compreender tudo o que foi dito, nada melhor que o som e as melodias, transformando as palavras sobre Olívia em realidade, tão verdadeira quanto os cinco sentidos que serão estimulados ao ouvir a canção do mesmo nome que o cd: “Só a música faz”. Prepare-se!

WEBRÁDIO ILHA - Pelo que podemos perceber sua família é bastante musical. Creio que isso tenha facilitado no seu desenvolver como musicista, que começou muito cedo. Mas quando começou na música já tinha um objetivo, ou foi apenas deixando fluir? Quando percebeu o que realmente desejava na música?

Olivia - Desde os 5 anos, quando comecei a estudar música, já sentia uma "fome" musical, de conhecimento, aprofundamento, vontade de estar envolvida pela música, compor e tocar. Aos 12 anos, quando já tocava e compunha ao piano, comecei a ter vontade de estudar canto também. O interessante é que sempre ouvi de tudo, de música erudita a rock pesado, e sempre senti afinidade com a música como um todo, não apenas com um estilo musical. Sempre soube que desejava viver da música, mas nunca no sentido da fama, apenas da música.

WRI - Com o passar do tempo você modificou o seu trabalho, ou sempre buscou manter a mesma linha?

Olivia - Meu trabalho é resultado de tudo o que absorvi na minha formação e continuo absorvendo, vivemos num país muito musical, isso é lindo. Por conta disso minha música é eclética como eu, cheia de influências, e os meus seis CDs são ecléticos também. Jazz, rock, folk, música oriental, erudita, bossa, pop, meu trabalho tem traços de todos estes estilos. Não busco a mesma linha, busco a minha verdade musical daquele momento. Acredito que para tocar as pessoas você deve ser verdadeiro naquilo que faz e não fabricar um produto de acordo com modismos e imposições da mídia.

WRI - Para você quais são os pré-requisitos que um músico precisa ter para desempenhar bem o seu papel?

Olivia - Para mim é a verdade que falei acima. Estudar música é importante para aquele que gosta e possui a vontade musical e o amor à música em seu interior. Não adianta ter instrução e não ter amor. E o inverso também não desenvolve o suficiente pois acabam faltando ferramentas para um bom desempenho.

WRI - Quando você seleciona um músico para integrar um trabalho seu, você preza mais apenas pela qualidade e competência ou prefere analisar também o caráter e o zelo pelo bom convívio?

Olivia - Acho que é um conjunto, é todo o pacote, rs. Acredito que somos atraídos e atraímos pessoas que vibram numa mesma sintonia, como um "dial" de rádio. Musicalmente acho importante que o músico que toque comigo traga sua bagagem própria, seu estilo que venha a enriquecer o trabalho. Sempre dou espaço aos músicos para que eles se sintam bem ao tocar minha música, para que eles coloquem a sua verdade.

WRI - Como mulher, já se sentiu vítima de preconceito por ser musicista?

Olivia - Não por ser musicista, mas SIM por ser produtora musical e técnica de áudio. Essas duas atividades sempre foram quase que exclusivamente masculinas, e hoje temos algumas mulheres nessas funções. Mesmo assim já passei situações até cômicas, em que as pessoas não se dirigiam a mim, e sim a um interlocutor masculino (no caso, meu assistente no trabalho), para falar sobre uma produção ou gravação.

WRI - Quando você assiste um show, o que mais te chama atenção no artista?

Olivia - A capacidade que o artista tem de se envolver na música a ponto de se transformar naquilo que faz. Quando o artista deixa de ser um "ego" e passa a ser um instrumento vivo para a música!

WRI - O que você não atura no mundo da música?

Olivia - Me incomoda a falsidade no geral, em todos os aspectos. As coisas que são produzidas apenas para vender, por exemplo, ou artistas que são "treinados" para copiar ou imitar outro...enfim, a falta de respeito à música me incomoda.

WRI - O que mais te fascina e o que mais se assombra na música?

Olivia - O que me fascina a capacidade de criação, quando ouço aquela música que parece mágica e simplesmente nos faz parar o que estivermos fazendo para apreciar, isto sempre me fascinou. Nada me assombra na música, acho que vivemos um período de informação demais e critério de menos, isso causa uma vacina anti-assombro, rs

WRI - Apesar de se mostrar como uma cantora eclética, percebo uma forte inclinação para o jazz, isso é verdade? O que te faz apreciar este estilo? Como você vê o cenário brasileiro em relação ao jazz?

Olivia - O jazz me conquistou há muito tempo, com Sarah Vaughan e Ella Fitzgerald, Duke Ellington, Oscar Peterson, Nina Simone, entre outros. A liberdade que o músico de jazz exercita de se expressar e se entregar à música, ousando dissonâncias em seus solos, é contagiante.
O Brasil (e acredito que o resto do mundo também) tem um público para o jazz. Os amantes do jazz são fiéis e restritos, são ouvidos aguçados e curiosos para a música em geral. Mas isso não impediu que o jazz influenciasse uma série de estilos populares e se fizesse presente no cotidiano de todos.

WRI - Vamos falar agora sobre a estrutura das casas de shows pelo Brasil a fora. Podia nos contar um pouco sobre isso? Em quais Estados do Brasil você observou uma melhor estrutura e quais não apresenta?

Olivia - São Paulo e Rio de Janeiro são os estados que sempre tiveram as grandes gravadoras e isso fez com que boas casas de show se estabelecessem por um período de tempo nesses lugares. Porém hoje não é mais assim, e o Brasil assumiu ser um país musical, investindo nas casas de espetáculo e locais voltados para a música. O único porém é que essas casas são sempre grandes, voltadas para o grande público, que inevitavelmente é o que está sendo trabalhado pela grande mídia.
Faltam casas médias, para os artistas que têm público e carreira estabelecidos, mas não conseguem encher uma grande casa por não ter acesso à grandes meios de divulgação. Existem muitos lugares pequenos, sem equipamentos adequados que estão suprindo esse mercado, mas nós, músicos independentes, saímos perdendo com isso, muitas vezes tendo que nos sujeitar a tocar em lugares que não possuem nem palco, nem equipamento básico e muito menos tratamento acústico no ambiente.

WRI - Em que local ainda não se apresentou e adoraria fazê-lo?

Olivia - Gostaria de fazer uma turnê pelo Brasil e ainda não fiz.

WRI - Como foi seu inicio de carreira? Qual foi a maior dificuldade que teve que enfrentar? Alguma vez já pensou em desistir?

Olivia - Iniciei minha carreira cantando em pequenas casas de jazz e mpb em São Paulo, e foram alguns anos cantando na noite antes de gravar meu primeiro CD. Isso foi muito bom para ganhar experiência e confiança no palco. Quando lancei meu primeiro CD em 2000 já tinha experiência suficiente para lidar com as situações adversas que o músico enfrenta no Brasil.
Nunca pensei em desistir, pelo contrário, cada vez mais fui me aprofundando e me dedicando à vida musical.

WRI - Como construiu a identidade do seu som? Antes se gravar um cd era muito mais complicado, hoje vender um álbum é mais difícil. Como a tecnologia auxiliou em sua carreira? Você acredita que antes desta guinada tecnológica, fazer música era mais difícil?

Olivia - Fazer música, para o músico, sempre foi fazer música, com ou sem tecnologia. O que aconteceu é que a partir do avanço tecnológico, nós conseguimos realizar o produto final com qualidade (CD). O que antes era restrito a quem tinha apoio financeiro de gravadoras, pois custear um estúdio de gravação era muito caro. O problema é confundir as coisas. Hoje com uma câmera digital e um photoshop todo mundo é fotógrafo...será? A mesma coisa com a música, com um Pro Tools, efeitos e um microfone todo mundo faz música...acho que não, nenhum dos dois casos.
Hoje ficamos sem critério, a qualidade da gravação é ótima e o conteúdo deixa a desejar. Como em todas as áreas o avanço tecnológico foi bárbaro, mas tem o lado negativo. Para mim foi maravilhoso, eu tenho estúdio digital desde 1993 e posso dizer que graças ao fato de ser técnica de áudio e produtora musical hoje minha discografia conta com seis títulos. Para mim a tecnologia é ferramenta de trabalho, mas não realiza milagres.

WRI - Como se dá o processo de composição? Com que idade fez a sua primeira composição? Ela está em algum dos seus álbuns?

Olivia - Fiz minhas primeiras composições com 12 anos, para piano. Uma dessas primeiras sofreu algumas adaptações e se tornou "conchas do mar" presente no meu segundo CD, "Perto". Lancei meu primeiro CD pela gravadora Trama, de onde saí em 2001.

WRI - A produção do clipe "Barco" foi muito bem feita. Como se deu este processo?

Olivia - O clipe "O Barco" teve produção da Academia de filmes, com direção da Ligia Barbosa. O clip foi custeado pela gravadora, gravado na cidade de Guararema (SP) em quatro locações diferentes. A equipe contava com 40 pessoas, grua, ventiladores gigantes, o figurino foi do Lino Vilaventura. A gravação foi feita no período de um dia, das 05 às 19h. A edição me chama atenção especial, foi muito bem feita e a telecinagem também, é um clipe realmente muito bonito.

WRI - Você consegue viver apenas de sua arte? (pergunta clichê do web radio ilha rsrs)

Olivia - É uma ótima pergunta, rs. Eu consigo sobreviver, mas ainda tenho como meta viver da minha arte.

WRI - De onde vem a sua inspiração para compor?

Olivia - De tudo o que me cerca, a vida, o amor, a natureza, as pessoas, as relações entre elas. Tudo o que é real e verdadeiro em minha mente.

WRI - Apesar de ter lançado 6 álbuns, esta no seu terceiro álbum autoral. Houve alguma dificuldade de lançar álbuns autorais? Você optou espontaneamente por gravar álbuns de interprete? Como fez esta seleção de músicas de outros autores?

Olivia - Meus dois primeiros CDs foram autorais (Olivia e Perto). As pessoas falavam muito sobre eu não cantar músicas de outros compositores, e eu nunca tive isso como uma regra, ou um ideal. Simplesmente ainda não havia pensado nisso, mas comecei a pensar, e tive a idéia de gravar um CD de intérprete, mas com arranjos e versões particulares, da minha visão musical. E essa idéia resultou no Projeto Jazzy Stuff!, formado por dois volumes (2por2 e 12), que foram responsáveis pela divulgação de meu trabalho no exterior.
O projeto Jazzy Stuff! consiste de músicas que marcaram minha bagagem musical, músicas que gosto muito, com arranjos que fiz para soarem "enjazzadas", com um molho diferente. Achei que essa sonoridade me permitiria unir músicas de estilos muito diferentes. E consegui uma sonoridade acústica, optei por não usar nos arranjos bateria e instrumentos de percussão tradicionais, o que resultou numa sonoridade diferente.

WRI - Você aceita músicas de compositores desconhecidos? Como você entra em contato com esses compositores"desconhecidos"?

Olivia - Eu gosto da música pela música, não por quem a escreveu ou compôs. Quando uma música me toca, eu tenho vontade de produzi-la. Agradeço sempre a esses compositores que entregam suas obras a mim, confiando e me dando liberdade total para arranjar e produzir da maneira que eu achar melhor.

WRI - O que te chama atenção para selecionar uma música ou outra?

Olivia - A melodia para mim é o carro chefe. Uma melodia pode sustentar uma música apenas num sopro, num assobio. A melodia tem um poder mágico de se propagar como o ar, melodia é a música nua.

WRI - “E você, meu amor, não vem?” a terceira faixa do seu cd "Só a música faz..." foi uma composição feita em parceria com Paulo Preto. Como foi feita esta composição?

Olivia - Eu e o Preto somos parceiros desde o meu primeiro CD. As letras dele me conquistam, acho que ele tem um talento impressionante para unir o cotidiano e a natureza, como se fossem uma coisa só. No caso de "E você, meu amor, não vem?" achei algumas frases soltas num papel, sentei ao piano e já me veio à mente uma melodia (normalmente é assim, rs). Então comecei a escrever também sobre o tema melódico, e logo a música já estava com letra e forma...

WRI - Como se deu a escolha da música "carro chefe" do cd que tem o mesmo nome: "Só a música faz"?

Olivia - Essa foi a primeira música do repertório desse CD que eu fiz. Desde 2004 ela estava lá, esperando para ser arranjada. Cheguei a produzir algumas versões antes dessa versão final, mas quando comecei a produzir o novo CD a linguagem estética começou a ficar bem clara, aí fui criando uma versão para ela, escrevi a linha do violino e convidei o Luís Dutra para gravar, e depois os outros instrumentistas. Essa música é uma homenagem a todos aqueles ,que como eu, sentem a música com seus cinco sentidos, e amam a música e sua capacidade de transformar, renascer, e resistir ao tempo como se tudo isso fosse simples...Só a música faz.

WRI - Você poderia falar um pouco sobre o que fala a música "Mistérios"?

Olivia - Mistery é uma música que comecei a compor em inglês, "pensando" em inglês, e deixei fluir. Ela não é uma música religiosa, mas fala do sentido mais puro da crença, daquilo que acreditamos sem ver, daquilo que sabemos existir sem ter provas disso, do invisível, do que questionamos, os sentidos das coisas,...os assuntos são profundos, rs, mas é uma música leve, que é para tirar um pouco os pés do chão.

WRI - Qual a música que não pode faltar em seus shows?

Olivia - Ah, meus shows são muito ecléticos, o amor e a música é o que não pode faltar!
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LEMBRAMOS QUE a artista fará um show no dia 12 de dezembro de 2009, no Teatro da Vila, em São Paulo, as 21h. O ingresso antecipado custa 12 reais.
O endereço é Rua Jericó, 256, Vila Madalena

Conheça mais sobre a Olivia clicando nos links abaixo
Site Oficial
MySpace
Palco Principal


Essa é uma matéria da WebRádio Ilha
Ouça clicando aqui

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Musicoterapia

Vida é música e vice-versa

Por Letícia Amorim

Há alguns anos, busco expandir o meu ser na música. Encontrei nela o refúgio para as aflições diárias, frustrações, estresses familiares, problemas rotineiros e demais eventualidades que poderiam afligir a minha vida. Segui assim durante muitos anos: uma musicista solitária que tinha a minha válvula de escape neste hobby (por algum tempo foi profissão).

Sempre acreditei no poder de transformação da música. Em um belo dia recebi um e-mail de uma grande amiga que trazia uma reportagem sobre musicoterapia. Após ler atenciosamente tudo aquilo, resolvi procurar mais informações sobre o tema. Visitei muitos sites, descobri muitas coisas, conversei sobre o tema com profissionais e percebi o poder que a música pode ter dentro de um tratamento terapêutico sério. Por este motivo resolvi escrever sobre musicoterapia. É bom lembrar que sou musicista e não musicoterapeuta. Nutro uma imensa paixão pela musicoterapia. Ela é uma mistura de admiração e curiosidade infinita que se traduz na busca pela divulgação desta ciência que poucos conhecem, exploram e utilizam.

Vamos às informações inicias:

O que é musicoterapia?

Segundo a Federação Mundial de Musicoterapia (World Federation of Music Therapy), musicoterapia é a utilização da música e seus elementos musicais (som, ritmo, melodia e harmonia) pelo musicoterapeuta e pelo cliente ou grupo. O seu processo é estruturado para facilitar e promover a comunicação, o relacionamento, a aprendizagem, a mobilização, a expressão e a organização (física, emocional, mental, cognitiva e social). O seu objetivo também é desenvolver ou recuperar funções e potenciais do indivíduo para que ele, dessa forma, possa conquistar com facilidade uma melhor integração intra e interpessoal e, como resultado de um processo, uma melhor qualidade de vida.

Aplicação

A utilização da música para facilitar a integração física, psicológica e emocional e o tratamento de algumas doenças ou deficiências pode ser dirigida a todos os grupos etários. Isso proporciona uma característica de universalidade e de amplitude à musicoterapia. Além de abranger seres humanos de qualquer idade, ela tem o poder de englobar povos, raças, etnias, culturas, sexos e épocas. Isso acontece porque a música atravessa mundos, aproxima culturas, povos, raças e tempos. Ela tem um caráter igualitário, homogêneo, fala qualquer língua e pode ser sentida por qualquer um. A sua qualidade de ser não-verbal oferece muitas possibilidades de expressões.

Essa forma de utilização da música e seus elementos pode ser aplicada para todos aqueles que buscam um maior autoconhecimento e autocontrole; no combate ao estresse em gestantes, crianças, adolescentes e terceira idade; em crianças e adolescentes no tratamento de distúrbios de conduta na infância e na adolescência; em empresas na área de recursos humanos; áreas social, institucional e educacional; em idosos na geriatria e gerontologia; na área da saúde mental, auxiliando no tratamento do autismo, psicoses, esquizofrenia, neurose, fobias, síndrome do pânico, depressão, dentre outros; na área médica em geral, para casos de deficiências mentais, físicas, sensoriais e múltiplas, dependência química, distúrbios neurológicos, pacientes em coma, retardo neuropsicomotor, síndromes com comprometimento do desenvolvimento.

Musicoterapia como processo terapêutico

A musicoterapia traz uma abordagem criativa para o trabalho terapêutico. Isso viabiliza uma abordagem humanista que reconhece e desenvolve recursos internalizados, em geral reprimidos pelo cliente. A idéia é fazer com que o cliente adquira uma maior autoconsciência em lato sensu.

O musicoterapeuta, ao avaliar as necessidades do cliente, desenvolve a abordagem e o programa terapêutico. Após essa ação, ele seleciona as atividades específicas para alcançar os objetivos do tratamento. É preciso deixar claro aqui que a música não é um curativo eficaz em si mesmo. Os seus efeitos terapêuticos são resultantes da aplicação profissional durante todo um processo terapêutico especificamente estudado e aplicado a cada caso concreto que é bastante satisfatório.

Principais objetivos da musicoterapia

A musicoterapia tem como objetivos principais promover uma livre expressão sonora (vocal, corporal e instrumental); propiciar uma melhoria na comunicação; viabilizar a integração grupal; estabelecer limites; desenvolver a percepção pessoal, interpessoal, espaço-temporal, sonora, corporal, ambiental e sensorial; facilitar a socialização; desenvolver e auxiliar a coordenação rítmica e motora; auxiliar a memória, atenção, concentração, criatividade, improvisação, respiração, relaxamento; e no combate ao estresse e a depressão.