sábado, 19 de setembro de 2009

Busca da harmonia perfeita: Músicos entre a arte e a estabilidade financeira

Por Odete Marques

A pergunta pode até soar banal, mas por trás do brilho das luzes do palco, ao fim do ecoar do último acorde, quando as cortinas se fecham e as palmas tomam conta do espaço, a dura realidade se inicia. E é nesta hora que muitos se perguntam: conseguirei viver só de música? Você conhecerá um pouco o mundo de dor e paixão desses profissionais.
As dificuldades que o músico enfrenta na sua profissão influenciam diretamente os planos de viver da sua escolha. O gaitista e designer Marcio Figueiredo se diz cansado da instabilidade que experimentou durante os 16 anos que viveu apenas da sua atividade musical. Além disso, esclareceu que a falta de espaço para tocar e as oportunidades escassas foram alguns dos fatores que fizeram com que ele desanimasse. “Encontrei dificuldades comuns quando se trata de música no Brasil, quanto a falta de compreensão dos contratantes da necessidade básica de um músico, ou qualquer trabalhador. O músico tem que sair de casa para se apresentar e voltar com segurança, dignidade e, ao menos, um pouco de dinheiro”, afirmou o gaitista.
Já Fátima Scalzo, cantora lírica e professora de técnica vocal, soube falar com mais otimismo sobre a cruel realidade. “Ainda existe muito preconceito em relação aos músicos neste país, sem contar na desvalorização da cultura de forma geral. Confesso que até procurei estabelecer-me em outra profissão antes de me decidir como cantora, pois sabia o quanto é duro tentar viver só de música. Porém, ser músico é uma missão. Por mais que você tente fugir, não pode se omitir do que lhe foi predestinado”, confirmou Fátima.
Mas Alisson Souza, guitarrista e professor de música, esclarece que uma das principais dificuldades de viver de música é o fato da maioria das pessoas e de até alguns músicos não entenderem a atividade como profissão. Segundo ele, é isso que desvaloriza o profissional sério que tem a música como única fonte de renda. “Se o cara não tiver perspicácia e força de vontade, pode se sentir tentado a sair da profissão, o que pra mim é um erro”, disse Alisson.

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